Apesar de Portugal ser efetivamente um dos Países mais pobres da Europa Ocidental e de até já ter sido ultrapassado por algumas economias de leste, continua a pertencer ao grupo dos ricos e beneficia duma conjetura favorável ao investimento. Senão vejamos:
• Portugal apesar de pertencer ao grupo dos ricos beneficia de custos de mão-de-obra e de imobiliário sensivelmente mais baixos que os seus pares;
• Portugal está inserido no Euro, e beneficia das vantagens duma moeda estável e credível;
• Por pertencer ao Euro, Portugal beneficia de um ambiente de baixas taxas de juro muito por causa das recentes políticas de compras de ativos por parte do Banco Central Europeu;
• Portugal beneficia duma meteorologia e situação geográfica muito interessantes para a implantação de módulos fabris, ou centros de prestação de serviços para os restantes países Europeus;
• Apesar do tumulto politico atual, Portugal tem tido ao longo dos anos uma estabilidade política e governativa notável;
• Portugal tem uma rede de infraestruturas rodoviárias e talvez portuárias ao nível dos melhores.
Para além dos já conhecidos obstáculos como a pesada burocracia, fiscalidade elevada e justiça lenta, a meu ver o grande impedimento do fraco investimento estrangeiro no nosso País tem sido o tamanho muito reduzido do nosso mercado. O mesmo não se passa com Espanha onde a dimensão não é um obstáculo, e que provoca a vinda de alguns investidores só quando esse mercado já se encontra saturado.
Mas a vantagem competitiva do nosso país é tanto maior quando olhamos para economias em vias de desenvolvimento. Basta olharmos para o nosso país irmão, o Brasil e perceber as diferenças. O Brasil não tem uma moeda estável, tem um nível de inflação elevadíssimo e taxas de juro nos dois dígitos o que implica um custo de oportunidade enorme e cria desequilíbrios gravíssimos. O Brasil não possui infraestruturas rodoviárias minimamente fiáveis e fruto dos altos desníveis económicos e sociais da sua população cria um clima de insegurança permanente. O Brasil conseguiu nestes últimos anos atrair investimento estrangeiro, mas foi um investimento de curta duração, não foi um investimento de capital fixo e esta desmobilização recente de parte desse capital tem contribuído para a desvalorização da moeda.
Nós temos todas as condições para atrair capital fixo, mobilizar a instalação de unidade produtivas e a atracão de grandes quadros. Não vamos agora deitar tudo a perder com este quadro politico tenebroso atual e manchar a boa progressão que o pais tem vivido.
João Boullosa
Managing Partner
Duo Capital